5 de julho de 2011

e vale a pena tanta dor por um simples verbo que se canta amor?

Para uma amiga muito especial N.N.



Talvez ainda não saibamos o completo sentido do verbo amar. Talvez nunca saibamos e continuemos vivendo a vida inteira sem saber ou talvez ainda exista uma última opção: a de que amar seja simplesmente um verbo.
Não adianta dizer que "um dia a gente aprende", ou "a vida ensina", nós nunca saberemos o sentido dessa entrega singular, corporal e espiritual que esse verbo nos exige. Entender essa descarga de adrenalina sinergética nos músculos pectíneos do endocárdio, somados a serotonina deveria ser tarefa de adultos, mas a verdade é que quando crescemos e enfim, nos tornamos adultos, já não precisamos mais tentar buscar a resposta. Ela se faz indiferente.
talvez esse seja o segredo do amor. A indiferença às perguntas; tantas sem resposta.
Ao meu ver, amar parte de um ponto onde se tece uma teia de elos fraternos e eternos por seres humanos que nos fazem sentir melhor , e involuntariamente, nos exploram o mais nobre dos sentimentos que levamos dentro do nosso coração. Essa teia se tece em diversos degraus. Às vezes com algum amigo especial, com algum parente mais próximo; às vezes só, ou simplesmente ... com um estranho.

Difícil imaginar que alguém que até ontem era estranho, passe a completar suas idéias, seus sentimantos, compartilhe sonhos, dúvidas e projetos (sejam estes de casa ou de vida). Mais difícil ainda é vê-lo partir. Abruptamente, como a doença que provoca a dor que envolve as vísceras.
É inevitavel sentir dor. Científica e biologicamente, a dor é um alerta para o corpo de que algo de errado acontece com o organismo. Sentimos dor para identificar-mos o que nos causa mal, e evitar-mos contato. Evitando o contato, evitamos a tão desagradavel dor. Assim como no corpo é na vida. Doer nos impulsiona à algo melhor e nos afasta do podre, do fétido, do que não nos deixa sadios.
Desrespeitar a dor e pular uma etapa. Pulando etapas trapaceamos o processo de crescimento de vida, que já vêm traçado como num plano perfeito de cura; de covalesência.
Essa etapa é curta. Você decide se quer que ela perdure ou simplesmente dure o tempo necessário. Já dizia o poeta: " o sofrimento é opcional...".
E quando a dor se vai, sempre há de se entregar!

Porque amar é entrega, é numa ajogada perfeita, a vida te dá compensantemente as melhores pessoas num leque, e não mais como numa roleta russa, VOCÊ escolhe.
Não se permita ser escolhida.
Há mulheres que nasceram e perpetuarão a espécie de mulheres que como elas, também nascerão para serem escolhidas.
Outras no entanto, escolherão: A vida que querem ter, o amor que querem viver, a cor que querem pintar as paredes da casa, o que vestir, o que SER. É preciso saber escolher, pois faz parte do processo de amar. E o melhor: é absolutamente fácil de se aprender.

Não precisamos fugir das responsabilidades de amar. Nunca! Embora um lindo fardo, que por mais anos que leve para poir e tenha as perguntas sem respostas para sempre, vale, indubitavelmente à pena.

Assim como ele aumenta gradativamente até, insuportavelmente quase sufocar, ele tambem consegue fazer-se verbo e retardar como um marcha ré e lenta, de saudade e de dor.

Não significa por isso, que amar é crime. Amar é encontrar a pessoa certa para doar-se. Espere o tempo suficiente. Nem espere de menos e nem demore demais. Não espere o tempo de saber as respostas, porque provavelmente você nunca as terá. Mas aguarde o coração, maturamente entender e escolher pra quem você doa seu corpo em dor, porque embora previsível e sublime, esse verbo doente de loucura, dói feito flama; invade feito o vento e nudibria feito a droga que te consome, te extasia e te completa, como o verdadeiro amor..que mesmo assim não fará nenhum sentido, simplesmente nos alimentamos dele, dia após dia.


Um comentário: