7 de março de 2011
Meu vento que traz verdades
O vento ainda sopra frio mesmo com o sol brilhando. O vento é assim, gosta de bater em nossos ouvidos como as verdades que ainda queremos esquecer. Mas não costumava ser assim.
Eu costumava passar os dias de primavera na casa dos meus avós. E descobri que eram os melhores dias da minha vida.
Haviam muitas flores, e o vento soprando elas. O vento nunca soprou minhas verdades pra longe. E muitas das vezes ele é injusto.
Minha vó tinha um cachorro preto e branco que sempre parecia estar feliz. Seu nome era Átila. Ele morreu quando eu tinha doze anos. Então eu comecei a freqüentar menos a casa dos meus avós, até que cresci. E parei de perceber o vento.
Faz pouco mais de um ano que não vejo minha vó, mas fico pensando se é egoísmo da minha parte dizer que sinto mais falta do Átila e do tempo do que dela.
No dia que o Átila morreu eu lembro que não estava lá, mas ventava muito que eu lembro, dava pra ouvir o vento assobiando entre as persianas de madeira da minha casa. Eu estava longe, o cachorro estava morto E nem o vento conseguiu mudar isso. E o vento, que sempre fazia meu suor cair mais depressa na terra fofa, que me mostrava a direção , estava de volta aos meus pensamentos. O Átila pouco me divertiu. ele era mt arisco, mas da morte dele eu sempre lembro do vento. Foi só por isso que eu lembrei disso hoje.
Hoje o vento veio me assombrar de novo. Ele me lembrou da morte daquele cachorro; lavou minha alma, levou as flores da primavera na casa dos meus avós, e continua levando as minhas verdades para aqueles que as entendem, mesmo sem eu querer.
De verdade, hoje eu queria mesmo perguntar ao vento o que aconteceu naquele dia que o senti soprar tão longe a morte do cachoro e porque ele não é mais tão presente. O que mais me conforma, são as verdades que eu digo, que ele não pára de se soprar. Eu sempre fui apaixonada pelo vento, mesmo quando ele sopra frio, eu dou um sorriso porque ele só aparece quando o sol já vai brilhar.
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